31 maio Doença Periodontal
Doença periodontal é a moléstia mais comum da cavidade oral de cães e gatos. Inicia-se por acúmulo de bactérias na superfície dos dentes e progride até os tecidos de sustentação que formam o periodonto, que são gengiva, osso alveolar, cemento e ligamento periodontal.
O desenvolvimento da doença periodontal é afetado por vários fatores, entretanto o agente etiológico primário
é a placa bacteriana, que é a responsável pela maioria das infecções bucais e caracterizada como um material
amarelado, pegajoso que se forma sobre a superfície do esmalte do dente e por toda a boca. O tártaro , tecnicamente denominado cálculo dental , é formado pela calcificação da placa dentária não removida, havendo precipitação de sais de cálcio (carbonato de cálcio e fosfato de cálcio), além de outros minerais presentes na saliva , que associado a bactérias vivas provoca a doença periodontal.
A doença periodontal afeta 75% dos cães e gatos entre quatro e oito anos de idade. Vários fatores predispõem sua progressão , entre eles, o excessivo apinhamento dos dentes (pouco espaço entre eles), proteção salivar diminuída, má oclusão, retenção de dentes decíduos e anomalias dentais (dentes supranumerários ou hipoplasia do esmalte). Também pode estar relacionado ao estado fisiológico do animal, debilidade, tensão (psicológica, ambiental ou fisiológica), afecções sistêmicas (uremia, hepatite e distúrbios endócrinos) e imunossupressão. A utilização de rações úmidas ou dietas caseiras não promovem ação abrasiva com os dentes , favorecendo o acúmulo da placa e do tártaro.
A maioria dos cães e gatos apresentam algum grau de doença periodontal em um ou mais dentes, porém essa anormalidade nem sempre é percebida. O sinal que os tutores mais observam é a halitose, resultante da putrefação dos tecidos e fermentação bacteriana. Outros sinais comuns são salivação excessiva , mobilidade dentária, gengivite severa, retração gengival, exposição da raiz, hemorragia gengival branda e moderada. Em gatos, é uma condição debilitante e quando são severamente afetados relutam em comer e beber.
Além dos sinais clínicos , complicações sistêmicas podem ocorrer a partir da invasão bacteriana nos vasos
sanguíneos e linfáticos. As conseqüências locais incluem fraturas, infecções ósseas e aumento da incidência de
de câncer de cavidade oral. De forma sistêmica , pode acarretar doença renal, hepática, pulmonar, cardíaca e articular.
Um diagnóstico completo da cavidade oral inclui exame visual, periodontal e avaliação radiográfica eventualmente, que determinam os graus da doença periodontal e os fatores predisponentes que contribuíram para seu aparecimento. A detecção dos sinais clínicos e determinação do grau de comprometimento da doença é indispensável para a indicação do tratamento, feito sempre pelo Médico Veterinário , e objetivando impedir a progressão da doença. O plano terapêutico consiste em raspagem do tártaro e polimento dentário, além do controle diário da placa, de modo a evitar a recorrência da doença.
A prevenção da doença periodontal depende do condicionamento do animal e principalmente dos cuidados dispensados em casa por parte dos tutores. Estes devem ser instruídos sobre a importância da escovação, a forma mais correta de realizá-la, bem como o retorno ao Médico Veterinário, para reavaliar a higiene oral do animal e efetuar uma nova profilaxia profissional quando necessária.
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