01 fev Castração de cães e gatos
Castração é um procedimento cirúrgico que consiste na retirada do útero e ovários no caso de fêmeas (ovariosalpingohisterectomia) e dos testículos em caso de machos (orquiectomia). Não deve ser considerado como um ato de mutilação do animal e por se tratar de uma cirurgia , deve sempre ser realizada por médicos veterinários mediante avaliação clínica , laboratorial e em alguns casos por imagem , que o auxiliará a escolher a melhor técnica cirúrgica e o melhor protocolo anestésico a serem adotados.
O procedimento é importante na solução da superpopulação de animais errantes, reduzindo os problemas produzidos pela interação indesejada entre o homem e o animal, como nos casos da transmissão de zoonoses, acidentes automobilísticos e acidentes decorrentes de mordeduras, atuando ainda na prevenção das doenças de ordem reprodutiva.
A castração das fêmeas possui diversas indicações, como a redução do risco de enfermidades mamárias e uterinas (neoplasias mamárias e piometra), assim como na prevenção de doenças ovarianas (tumores e cistos), doenças
progesterona dependentes (pseudociese, hipertrofia mamária felina), doenças estrogênio dependentes (hiperplasia/prolapso vaginal, estro persistente, aplasia medular) e doenças associadas à gestação (gestações indesejadas e pseudociese).
Nos machos, a castração atua na prevenção de distúrbios testiculares e epididimários, tais como neoplasias, torção do cordão espermático, orquites, epididimites e supressão ou erradicação de sinais clínicos associados a doenças andrógenodependentes, incluindo hipertrofia prostática benigna, prostatite crônica, adenoma perianal, hérnia perianal e alopecia responsiva à castração.
É frequentemente realizada ainda para auxiliar na estabilização de doenças não relacionadas ao sistema reprodutor, como diabetes, epilepsia e sarna demodécica generalizada.
Dentre os principais resultados da castração , tanto em fêmeas quanto em machos, destacam-se a redução da agressividade, da ansiedade de separação, fugas, perambulação, diminuição de marcação territorial e micção indesejada.
Dentre os poucos efeitos negativos da castração , o ganho de peso é o único observado mais frequentemente , embora a relação entre o procedimento e a obesidade não tenha sido cientificamente comprovada. De um modo geral, tanto nos machos quanto nas fêmeas após a cirurgia, ocorre aumento da ingestão de alimentos , entretanto a obesidade é uma alteração metabólica que tem caráter multifatorial, sendo influenciada pela dieta, atividade física, raça, idade e condição sexual, podendo ocorrer também, mesmo que não exclusivamente, em consequência da castração. Incontinência urinária e alterações no crescimento são efeitos indesejáveis da castração , mas com baixo índice de ocorrência.
A idade indicada para a realização do procedimento cirúrgico é discutível , sendo comum divergências entre alguns artigos científicos , o que define diferentes condutas entre os médicos veterinários. Baseado em consultas a diversas publicações , além da experiência clínica e cirúrgica , a idade mínima preconizada por este autor é a partir da 24ª semana de vida ( 6 meses ). No caso de fêmeas , a castração antes do 1º cio , que normalmente ocorre aos 6 meses de idade , proporciona enormes benefícios relacionados à ocorrência do câncer de mama ( http://www.nucleoveterinariobh.com.br/cancer-de-mama-sua-prevencao-pode-salvar-uma-vida/ ). Sendo realizada aos 6 meses de vida , tanto machos quanto fêmeas, terão os efeitos benéficos da castração otimizados , bem como os poucos efeitos maléficos minimizados ou eliminados.
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