01 mar Obesidade em cães e gatos
A obesidade pode ser considerada atualmente uma das principais condições patológicas observadas em cães e gatos. Estima-se que entre 25 a 40% da população canina e felina que recebe atendimento veterinário se encontra acima do peso ou é obesa.
Trata-se de uma doença de origem multifatorial, podendo ser influenciada ou induzida por uma série de fatores, os quais podem ser tanto genéticos quanto ambientais. Estes são denominados fatores de risco e agem de forma determinante sobre o desenvolvimento da obesidade. Podemos destacar a raça (Beagle , Golden Retriever , Labrador, Poodle , etc ) , a idade ( a partir de 6 anos ), o sexo (fêmeas são mais predispostas ), o estado reprodutivo ( animais esterilizados ), influências hormonais, atividade física, dieta, entre outros.
Pode ser classificada quanto à sua origem como primária ou secundária a algum outro distúrbio de caráter hormonal ou farmacológico.
A forma primária é a mais significativa, representando em torno de 95% dos casos atendidos. Geralmente decorre do desbalanço metabólico trazido por um aumento da ingestão calórica diária associada a uma redução do gasto energético. O tipo de dieta tem forte influência no desenvolvimento e progressão do ganho de peso, seja pelo expansivo mercado pet com diversas opções de petiscos ou pelo pouco conhecimento e orientação do tutor sobre a quantidade diária recomendada de ingestão de alimentos. Outro fator bastante importante é o uso da alimentação de uso humano de forma indiscriminada e sem orientação veterinária, causando desequilíbrios de dietas balanceadas. Existem ainda algumas raças com predisposição genética a obesidade.
Podemos encontrar também a obesidade secundária a endocrinopatia ou uso de medicações, como a observada no hipotireoidismo e no hiperadrenocorticismo e após tratamento com glicocorticoides ou fenobarbital. A esterilização também pode levar ao ganho de peso em animais que não recebem reajuste alimentar após o procedimento cirúrgico.
Todas as transformações que a obesidade provoca no organismo geram consequências que podem aumentar o risco de aparecimento de diversas complicações. Dentre as mais comuns estão dermatopatias, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias, neoplasias, diabetes mellitus e resistência insulínica, hiperlipidemia(aumento da gordura no sangue), doenças hepáticas ,hipertensão arterial, complicações anestésicas, alteração na cinética de drogas, doenças ortopédicas, urinárias e reprodutivas.
A condição impactante na vida dos cães e gatos torna fundamental a conscientização do tutor de que seu animal está obeso. Por ser considerada uma doença , a obesidade deve ser diagnosticada e um plano de tratamento deve ser estabelecido pelo médico veterinário que pode orientar uma mudança no estilo de vida do paciente com a utilização de dietas terapêuticas comerciais ou formuladas por nutricionistas veterinários além da recomendação da prática de exercícios regularmente. A realização de exames complementares irá auxilia-lo na identificação do problema.
A prevenção é sempre a melhor alternativa para lidar com qualquer patologia , não sendo diferente quando se trata de obesidade. Manejo alimentar com a utilização de dietas adequadas , evitando a oferta de maior quantidade do que a recomendada pelo fabricante da ração ou pelo nutricionista em caso de dieta natural , torna o indivíduo menos susceptível. O não fornecimento de alimentos de uso humano, salvo em caso de recomendação veterinária, também auxilia na prevenção. Por fim o estímulo à prática de exercícios como passeios no caso de cães e a disponibilização de diversos brinquedos na casa em caso de gatos, além de prevenir o ganho de peso melhora a qualidade de vida do animal , e até mesmo de seu tutor.
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